Exposição: Região Portuária do Rio de Janeiro

Bem-vindo à exposição de documentos sobre a Região Portuária do Rio de Janeiro. Aqui você encontrará plantas, mapas e outras informações cartográficas, elaboradas entre os séculos XIX e XX, da região onde atualmente estão localizados os bairros da Gamboa, Saúde, Santo Cristo e Cajú, incluindo também a famosa (e revitalizada) Praça Mauá. 

A região da Zona Portuária tem uma história fascinante, que se confunde com a história do Rio de Janeiro e do país, e que remonta ao século XVIII. Com a chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808, a cidade do Rio de Janeiro (que foi capital da Colônia, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, do Império do Brasil e da República Federativa até 1960) tornou-se o maior centro financeiro e principal entrada e saída de mercadorias do país. Consequentemente, a região portuária efervesceu, tornando-se mais populosa (muitos portugueses fizeram residência nesta região), aumentando o número do comércio local e sendo, ainda, área de visita recorrente da família real portuguesa. Necessitando de um porto que atendesse às demandas crescentes de mercadorias da cidade, por volta de 1870 iniciou-se o planejamento para a construção de um novo porto do Rio de Janeiro que iria se diferenciar das estruturas dispersas, até então existentes no período, compostas basicamente de pequenos armazéns e trapiches. Assim, durante o final do século XIX e início do século XX houve a implementação de diversas medidas, sejam fiscais, financeiras – como a criação em 1903 da Caixa Especial dos Portos – e/ou de engenharia que buscaram efetivar a proposta não apenas de melhorias do Porto do Rio de Janeiro, mas de reformulação do complexo portuário, promovendo, assim, o contínuo aumento das importações e exportações do país.

A coleção Região Portuária é um conjunto de documentos com informações riquíssimas que podem ser utilizadas para conhecer a história da região e do país, incluindo as diversas intervenções ocorridas para o desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro, durante a chamada reforma de Pereira Passos, no início do século XX. Nesses documentos, podemos observar, por exemplo, as transformações estruturais ocorridas na área do Porto, a partir dos processos de dragagem e aterramento dos espaços para a construção do conjunto de cais acostáveis, permitindo, assim, o atracamento de diversos tipos de navios, incluindo os de grande porte, assim como a construção de extensos armazéns que abrigavam grandes quantidades de mercadorias que entravam e saíam do país. Podemos observar também, as numerosas modificações nas regiões do entorno do Porto, seja para a passagens de linhas férreas e/ou da otimização do espaço, que contribuíram para os processos de reordenação territorial e, consequentemente, de realocação da população local.

Convém ainda destacar que as informações contidas nessa coleção também estão em reuso, ou seja, mesmo sendo consideradas históricas e de guarda permanente, ainda podem ser utilizadas atualmente para comprovar direitos e estabelecer relações entre empresas, cidadãos e o Estado. Desta forma, esses documentos apresentam informações diversas sobre a região que permitem ao usuário do memóriaSPU conhecer mais de sua história, estabelecer relações de pertencimento com o seu bairro e com o seu município, ou, ainda, adquirir informações que comprovem seus direitos.

Esse conjunto de documentos é atualmente preservado e gerido pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), órgão do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, que é responsável pela gestão do patrimônio da União. Embora diversas mudanças de nomenclatura e vínculos institucionais tenham ocorrido ao longo dos anos de atuação da SPU, a gestão do patrimônio sempre esteve à frente de suas competências, fato refletido nos documentos produzidos e acumulados pelo órgão.